sexta-feira, 8 de julho de 2011

La La Land…

É comovente ver como o País está finalmente unido no diagnóstico e na defesa dos seus interesses. Afinal o afastamento de Sócrates teve o mérito de recuperar a lucidez e objectividade colectiva, há muito embargada pela malevolência e pelo desejo de vingança.

Aguarda-se, entretanto, que a política possa rapidamente sair do inexplicável estado de letargia em que se encontra, para que se voltem a debater os grandes desafios que o País inexoravelmente enfrentará nos próximos tempos.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

«Passos mantém TGV mas reformula o projecto»

Antes...


....Depois!


Fonte: DE

O Ovo de Colombo


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sexta-feira, 1 de julho de 2011

A Ferro e Fogo


O clima que vive a Grécia, e que ao que parece ter-se-á instalado de forma permanente nas ruas daquele país, é motivo de natural apreensão. A história parece repetir-se, uma vez mais a Grécia dita o futuro da sociedade moderna e do modelo social europeu, euro inclusive. Não poucas pessoas se apressam a sublinhar e acentuar as diferenças entre ”nós” e ”eles”, como se de um parente afastado leproso com fama de pilha galinhas se tratasse.

O que resulta deveras importante, e onde o nosso futuro se joga verdadeiramente, não é na idiossincrasia e na expressão que cada povo encontra para reagir à progressiva expropriação do seu modus vivendi, mas sim na incompreensível fórmula que tem sido insistentemente aplicada pela UE na Grécia, Irlanda e agora Portugal (outros se seguiram). Não deixa de ser sintomático o facto da última aprovação no parlamento do pacote de austeridade ter desencadeado reacções tão opostas. Jubilo na UE vs desespero na Grécia!

Bem sei que recorrer à analogia do doente peca por falta de originalidade, ainda assim, espelha bem a situação vivida naquele país. É hoje maioritariamente consensual que este antibiótico pode muito bem matar o paciente.

Enquanto isso, e quando apenas iniciamos o tratamento, não é compreensível que ainda tantos depositem tanta fé e esperança numa rápida melhoria…!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Direita Absoluta



Dar tempo ao tempo
É bom que a direita tenha alcançado a maioria absoluta e há a certeza de que PSD e CDS formarão uma coligação, assim não poderá imitar o primeiro governo de Cavaco Silva e terá de governar a legislatura, com condições para implementar o seu programa. Tem uma maioria parlamentar, tem um presidente em Belém, tem a comunicação social a apoiá-la. Agora pode implementar o seu programa e não precisa de se aliar à esquerda conservadora para demonstrar tudo que foi feito, pode suspender as Novas Oportunidades, pode “matar” o Magalhães, pode acabar com a avaliação dos professores, pode reabrir escolas com dois ou três alunos, pode financiar ilimitadamente a escola privada, pode reabrir serviços de saúde arcaicos, pode adiar sine die o TGV e o novo aeroporto de Lisboa, pode promover a “contra-revolução socrática” ao mesmo tempo que promove a sua revolução liberal.

Mas esta maioria absoluta é uma prenda envenenada que os eleitores deram à direita. O Alberto João pode festejar mas terá de se roer por dentro pois a aprovação do orçamento de Estado não depende dos seus deputados mas sim de o CDS que o detesta. Cavaco Silva pode sentir o alívio de não ser acusado de ter conduzido o país a uma situação igual à anterior mas não terá a influência que pretendia, Paulo portas será um travão à sua influência e ainda corre o risco de o aturar como ministro dos Negócios Estrangeiros, o que é quase tão difícil quanto aturar José Sócrates às quintas-feiras. Passos Coelho pode festejar a vitória mas não conta com apoio para a revisão constitucional que viabilizaria o seu programa e ainda tem como parceiro de coligação alguém ambicioso, experiente e inteligente, alguém que disse estar à esquerda do PSD e que apelou ao voto para poder combater os excessos de Passos Coelho.

A maioria absoluta ajudou a direita a livrar-se de Sócrates como Manuela Ferreira Leite tão desejava, une Cavaco Passos Coelho e Paulo Portas, algo que em vinte anos nem Deus ousou fazer, mas deixam de ter José Sócrates no parlamento para o explorarem como se fosse um espantalho. Passos terá que mostrar o que vale em vez de desviar as atenção para o passado. Agora já não poderá pedir desculpas por se abster no momento da aprovação do orçamento, já não poderá impor condições para aprovar medidas inadiáveis, já não pode dizer num dia que aumenta o IVA e no outro dizer que corta na despesa, já não pode propor um PEC por ser necessária a austeridade e no outro retirá-lo por ser austeridade a mais.

Cavaco não voltará a fazer discursos a defender que há limites para os sacrificar os portugueses mais pobres, principalmente os que nunca o deixaram de ser dele que ele próprio foi primeiro-ministro e o país chegou a ter que receber ajuda alimentar. Cavaco já não se lembrará de criticar os que questionam os mercados, condenando-os por ousarem irritar os especuladores, dentro de pouco tempo vai questionar a Europa por permitir a sua desregulação. Não poderá continuar a ignorar a crise internacional tal como o fez no seu discurso de posse, um discurso tão miserável na distorção da realidade que até Ramalho Eanes e Fernando Nobre o criticaram, falta pouco para que Cavaco faça como já fez uma vice-presidente do PSD e descubra que Portugal enfrenta a situação mais complexa que teve de enfrentar desde há mais de um século.

A direita tem a maioria absoluta mas desta vez não a tem para gastar rios de fundos comunitários, para privatizar banca e seguros, o país não conta com os fundos europeus, do que era rentável para o sector privado já quase tudo foi privatizado, desta vez a direita terá de mostrar o que vale em tempo de vacas gordas e em vez de deixar o país numa crise financeira como o fez por mais de uma vez no passado, vai ter de resolvê-la.

Um boa parte dos portugueses que deram a maioria à direita foram os que a deram recentemente a Sócrates e são os mesmos que depois afirmam detestar os poderes absolutos, que neste momento é absolutíssimo pois ao governo junta-se a Presidência da República e a propriedade da comunicação social e do poder financeiro por parte de militantes destacados ou simpatizantes do PSD. O PSD vai agora ser vítima dos seus argumentos, a estratégia seguida durante anos que pretendia levar os portugueses a confundir um governo estável com asfixia democrática virar-se-á contra o seu governo. Da mesma forma que os portugueses esqueceram o ódio a Paulo Portas e a Durão Barroso vão agora esquecer o ódio promovido contra Sócrates, dentro de pouco tempo as personagens das anedotas brasileiras passadas por emails deixarão de ser o Sócrates e leremos essas mesmas anedotas que nos encheram a caixa do correio mas desta vez com Portas e Passos Coelho como vítimas do ridículo.

É uma questão de dar tempo ao tempo (O jumento)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Derrota clamorosa!

Não haverá outra leitura face ao varrimento eleitoral da Esquerda, com especial incidência sobre o PS e o BE, apesar de as causas serem bem distintas.

O Bloco de Esquerda - Renegou a possibilidade de ser diferente do PCP e de se apresentar como uma verdadeira alternativa de esquerda democrática e responsável. Nesta campanha ficou bem patente que aquilo que separa o BE do PCP, para além da idade do partido e dos militantes, é a capacidade de implementação na sociedade, sobre tudo ao nível das forças sindicalistas e representação autárquica. Ao Bloco não restam sequer as causas fracturantes que em tempos mobilizaram as ruas da capital.

O Partido Socialista - Não conseguiu evitar o mesmo destino de todos os partidos que tem estado na governação durante o impacto da crise financeira na UE. José Sócrates demite-se com grande elevação e dignidade, abrindo o partido à renovação, mas permitindo, sobretudo, que os partidos agora vencedores possam governar sem que a sua presença continue a comprometer a sua lucidez, clarividência e a tão aguardada paz de espírito.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Uma reflexão também, mas mais politizada ...

Numa situação em que os potenciais votantes de um partido são unanimemente apelidados, nos meios de comunicação dominantes, de pouco inteligentes, interesseiros, comprometidos, coniventes, irresponsáveis "and so on" (numa versão ultra ligeira do que realmente se diz), e em que todos os outros são tidos como inovadores, livres e libertadores, na hora em que o telefone toca e uma voz estranha lhes entra em casa a perguntar: "em quem vai votar", não haverá, em muitos casos, alguma inibição em responder?

Este fenómeno estará estudado?
Nota: Comentário da caixa do blog Margens de Erro do Pedro Magalhães. 

 

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O azar anda acompanhado

´Bolsa de Nova Iorque abre em queda no 'Portuguese Day' @

Pela boca morre o peixe


A testemunha confirmou a sua intervenção por forma a agilizar procedimentos e combater a burocracia, explicando que o Governo estava em gestão, "uma fase em que tudo estava desmembrado e era tudo muito complicado", garantindo, porém, que tudo fez em nome do interesse público. "Também gostaria que não fosse assim, mas, enfim, já estávamos na fase final do Governo... tem toda a razão", concluiu Miguel Relvas 

domingo, 22 de maio de 2011

Ganhar perdendo...

Ainda sobre o debate Passo Coelho e José Sócrates. Em primeiro lugar, acho que o debate foi desordenado, pouco esclarecedor e nada fluido. As repetitivas tiradas de ambos não ajudaram muito. José Sócrates foi fiel à estratégia de culpabilização do Passo Coelho por ter somado uma crise política há crise financeira e cujo resultado é por todos sobejamente conhecido. Quanto a Passo Coelho, julgo que a sua prestação esteve ao nível das restantes com uma pequena grande diferença, conseguiu sobreviver a José Sócrates. Passo Coelho partiu para este debate com apenas um objectivo, o de evitar a humilhação. Teve sucesso, conseguiu uma prestação até razoável, o que não é coisa pouca perante um dos políticos mais hábeis e experientes. José Sócrates não esteve ao nível que nos tem habituado, provavelmente pelo facto de tratar-se de um adversário sem história e sem passado político, logo, pouco escrutináveis. Uma coisa que me surpreendeu bastante foi a falta de confiança e até de conhecimento que Passos Coelho demonstrou nas medidas do programa do PSD. É suposto o incumbente acreditar, defender e transmitir segurança nas ideias que pretende implementar, e por maioria de razão procurar a sua discução e sobretudo o seu escrutínio público e político. Ora, isso não sucedeu, pelo contrário, Passos Coelho, em determinado momento chegou mesmo a admitir que não estaria disposto a discutir o seu programa, preferindo manter-se fiel aos sond-bites de campanha. José Sócrates não perdeu o debate, mas ficou aquém das expectativas. Passo Coelho, apesar de não vencer o debate, superou as expectativas. Temos então um perdedor-ganhador e um ganhador- perdedor.
Se Passo Coelho fosse metade daquilo que os comentadores políticos dizem ser, as sondagens seriam avassaladoras…!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Respeitinho...muito respeitinho

Ou muito me engano ou os jornalistas/comentadores vão achar graça e até vão enfiar a carapuça de Pintelheiros! Sinais dos Tempos...O problema é que os Pintelhos que tanto incomodam Eduardo Catroga são os Chatos e incomodos momentos, cheios de contradições e trapalhadas, que habitualmente caracterizam as explicações sobre medidas do seu programa!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O cravo não murchou!


Mesmo sem marketing nem encenações palacianas, a celebração do 25 de Abril não podia passar por baixo da mesa. Bem-haja a todos os que nele participaram e para aqueles que o defendem diariamente!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O "Pote" para uns e Prozac para os outros


Pedro Passos Coelho, diz que o pedido de assistência financeira externa, hoje anunciado pelo primeiro-ministro, se faz para que os portugueses vivam com "menos angústia e com menos incerteza"

Hoje ningúem dúvida que o ambiente no seu partido deve estar hoje mais desanuviado e confiante no (seu) futuro. A entourage de PPC respira de alívio ao ver que sua liderança está bastante menos perclitante que há duas semanas atrás. O País, esse que se afoite porque vai ter finalmente aquilo que merece!

Estado bom, Estado morto

Numa visita à Universidade Lusófona o líder do PSD defendeu um "Governo seco e enxuto", um "Estado despartidarizado", "reguladores independentes" e um País onde a educação e a saúde são asseguradas tanto pelo sector público como pelo privado. Uma verdadeira revolução face ao que acontece hoje em dia.

Porque "não temos de nos andar a parasitar uns aos outros", Passos diz que é tempo do Estado se concertar com a oferta privada na Saúde e na Educação. "O que aconteceria hoje se a oferta privada na área da Saúde desaparecesse? Era o colapso do serviço de urgências. E se o Estado dispensasse a oferta privada do ensino superior na região de Lisboa? Seria caótico. Imaginam o que pode ser o próximo ano e meio ou dois anos com a ausência das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) sobretudo no apoio a crianças e idosos em situação de grande fragilidade?". Económico

A estratégia de PPC e do PSD para a construção desta tese assenta num conjunto de premissas incorrectas e falaciosas. Claro está que o sector privado pode e deve participar em todos os sectores, inclusive naqueles considerados prioritários para o Estado (com excepção da Justiça e Segurança Pública), mas deve faze-lo numa lógica de coabitação complementaridade que resulte no alargamento das opções existentes. A oferta privada não pode, nem deve pretender usurpar (nem parasitar) aquelas que são as funções nucleares do Estado nesses sectores. Haverá seguramente áreas nas quais não se justifica, nem se recomenda, a presença do Estado, a saúde e educação não se enquadram nesse grupo. PPC fala na necessidade do Estado e concertar com a oferta privada, quando na realidade isso significa que o Estado deve renunciar às suas funções e admitir que  áreas como a saúde e educação passariam a ser geridas em função do lucro e dos resultados financeiros.  Não é difícil de adivinhar que as gorduras desses sectores continuariam a ser do colectivo.  Hoje mais do que nunca,  a questão deve ser colocada nos seguintes termos: O que aconteceria hoje se o Estado diminui-se a sua presença na área da Saúde e da Educação...?!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Costas Largas!

«Director-geral do FMI diz que o principal problema é o financiamento dos bancos e a dívida privada » Público

A julgar pelos principais responsáveis do nosso problema de endividamento, pode-se inferir, com alguma segurança, que a agenda que prevê o desmantelamento do Estado e a sua privatização, irá resultar no agravamento da situação. Não faltará quem assaque ao Estado também as dívidas da Banca e dos privados!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Isto muda no dia em que.....

Aqueles que "mandam" verdadeiramente neste país entenderem que ao massacrar a classe média e desconhecerem a classe mais desfavorecida, nunca terão verdadeira paz.

Os mais desfavorecidos compreenderem, de uma vez por todas, que nenhum estado pode/deve garantir a satisfação de todas as suas necessidades, eterna e incondicionalmente.

A classe média assumir verdadeiramente a importância do seu papel no destino da sociedade, economia e da política.