quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Back to Basics

«Numa União Europeia cujos governos são maioritariamente conservadores, até o sueco, é natural que quase todos os Estados membros se sintam obrigados a rever em baixa os seus orçamentos e diminuam o número e os salários dos funcionários públicos, as ajudas para habitação, os grandes investimentos públicos e aumentem os cortes no modelo social. Os mais desfavorecidos são, assim, os primeiros sacrificados. Resta saber quais as consequências que estas medidas vão ter na economia real. Stiglitz, Prémio Nobel da Economia, tem escrito que vão conduzir à recessão e prolongá- -la sem eliminar a crise. Daí a impressão, com que ficamos, a de os economistas europeus - ao contrário dos americanos - não terem aprendido nada com a crise e acharem que, passada a crise, tudo pode ficar na mesma, paraísos fiscais incluídos... Ora, não pode.» Triste União Europeia por MÁRIO SOARES.

Artigo imperdível de Mário Soares sobre a deriva da UE e a forma obstinada como os seus líderes conduzem o projecto Europeu para a autodestruição! A UE deve arrepiar caminho e manter-se fiel aos seus princípios fundadores, com uma politica coerente e estratégica quando ao seu futuro e não com medidas hipersensíveis e reactivas à conjectura do momento, se não o fizer, estará irremediavelmente condenada ao seu desmembramento!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

OE do bate-pé

Desapoquentem-se as alminhas que pensam que não teremos Orçamento de Estado. O PSD comunicará hoje à noite a viabilização do documento por via da abstenção. O que ficará por explicar são os penosos dias que o País real teve de aguentar em sobressalto. Não saber se no dia seguinte teria de enfrentar um espancamento com ou sem politraumatismos! Sendo certo que a primeira seria sempre a escolha menos gravos, logo a mais natural. Ainda ninguém entendeu quais seriam as implicações práticas que teriam ambas as propostas do PS e PSD, ao ponto de considerarem a sua inviabilização e consequente crise politica e financeira que se agravaria no nosso País. Ninguém, cá dentro ou lá fora, poderia compreender que um País inserido na UE se visse a braços com uma intervenção do FMI, tendo ao seu alcance todos os meios para o evitar.
Importa relembrar que até a América Latina já conseguiu libertar-se dessa praga, vide o caso da Argentina, Venezuela e Brasil, entre outros.
Aguarda-se que a intervenção do PSD seja suficientemente clarificadora, pelo bem do PSD e do País, que bem dispensa o espectáculo de posições erráticas e incoerentes a que esta liderança de Passos de Coelho nos tem habituado. Uma verdade incontornável é o facto de, quer PS quer PSD têm responsabilidades iniludíveis no estado das coisas. Os Portugueses dificilmente entenderiam que, perante uma situação cuja gravidade ainda ninguém pode verdadeiramente prever, ambos os partidos não estivessem à altura das circunstâncias.