domingo, 22 de maio de 2011

Ganhar perdendo...

Ainda sobre o debate Passo Coelho e José Sócrates. Em primeiro lugar, acho que o debate foi desordenado, pouco esclarecedor e nada fluido. As repetitivas tiradas de ambos não ajudaram muito. José Sócrates foi fiel à estratégia de culpabilização do Passo Coelho por ter somado uma crise política há crise financeira e cujo resultado é por todos sobejamente conhecido. Quanto a Passo Coelho, julgo que a sua prestação esteve ao nível das restantes com uma pequena grande diferença, conseguiu sobreviver a José Sócrates. Passo Coelho partiu para este debate com apenas um objectivo, o de evitar a humilhação. Teve sucesso, conseguiu uma prestação até razoável, o que não é coisa pouca perante um dos políticos mais hábeis e experientes. José Sócrates não esteve ao nível que nos tem habituado, provavelmente pelo facto de tratar-se de um adversário sem história e sem passado político, logo, pouco escrutináveis. Uma coisa que me surpreendeu bastante foi a falta de confiança e até de conhecimento que Passos Coelho demonstrou nas medidas do programa do PSD. É suposto o incumbente acreditar, defender e transmitir segurança nas ideias que pretende implementar, e por maioria de razão procurar a sua discução e sobretudo o seu escrutínio público e político. Ora, isso não sucedeu, pelo contrário, Passos Coelho, em determinado momento chegou mesmo a admitir que não estaria disposto a discutir o seu programa, preferindo manter-se fiel aos sond-bites de campanha. José Sócrates não perdeu o debate, mas ficou aquém das expectativas. Passo Coelho, apesar de não vencer o debate, superou as expectativas. Temos então um perdedor-ganhador e um ganhador- perdedor.
Se Passo Coelho fosse metade daquilo que os comentadores políticos dizem ser, as sondagens seriam avassaladoras…!

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