quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Política for dummies

O QUE FOI ...
"A ministra disse que não queria entrar "em guerra sobre dados". Mas referiu que Portugal tem actualmente pouco mais de 4,9 millhões de trabalhadores activos. Se três milhões fizessem greve, o país teria parado. "Todos pudemos observar que, com algumas excepções, o país não esteve parado", afirmou Helena André.
A ministra classificou a situação entre as empresas como “muito variável”, indicando que houve casos em que a adesão rondou os cinco por cento e outros em que se situou nos 90 por cento."

O QUE PODIA TER SIDO ...
"O Governo congratula-se com a forma cívica e ordeira como decorreu a greve geral. Apesar de obviamente não comungar do sentido de oportunidade desta iniciativa, o Governo não quer deixar de expressar a todos aqueles que, justamente, se sentem afectados pelas duras e excepcionais medidas que foram adoptadas para fazer face aos prementes desafios que enfrenta hoje o País, expressa a sua compreensão e solidariedade, aproveitando para reiterar o seu apela à sociedade em geral para que, através do dialogo e da cooperação, una esforços para que o País supere este momento difícil."

É confrangedor ver uma ex-sindicalista experiente que, por não ter sabido ler os sinais, acabou por desperdiçar uma oportunidade dourada para, de uma vez por todas, surpreender ao país com uma declaração mais franca e honesta sobre esta greve em particular, até porque nem todas as politicas de austeridade são assacadas directamente ao Governo. A Ministra escolheu evidentemente o caminho do discurso ortodoxo e polvorento que os governos adoptam face às greves, uma pena!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Feios, Porcos e Mansos

O que é que tem impedido os famigerados PIG´S europeus de se sentarem à mesa e planearem uma ofensiva internacional junto das economias emergentes, leia-se China, Rússia, Brasil entre outros, com o objectivo de vender as suas dívidas soberanas?!
Como reagiria a Europa velha e ortodoxa de Merkel, Sarkosy e Trichet perante aquilo que seria uma consequência óbvia, a permeabilidade do mercado europeu a potencias não comunitárias?
Seja como for, uma coisa é certa, se os países do Sul se unissem em bloco, a mensagem seria seguramente mais contundente e eficaz!

Road map to nowhere!

«O presidente do BCE , Jean-Claude Trichet, disse hoje que as reformas propostas pelos países europeus para reforçar a disciplina orçamental não estão a ir "suficientemente longe", especialmente em termos de automatismo das sanções.» aeiou

Bastaria que fosse anunciada uma revisão dos estatutos do BCE, por forma a adequar o seu papel face à nova realidade internacional, para que os "mercados" recuassem no seu víl ataque ao Euro. O seu Presidente é hoje parte do problema e não da solução!

«A probabilidade de estas novas sanções incluírem a suspensão dos direitos de voto nas instâncias europeias, por parte dos países com maior endividamento e desequilíbrios orçamentais - proposta pelos governos de França e Alemanha, que defendem uma revisão do Tratado de Lisboa.» i
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O processo de integração da extinta RDA na Alemanha Federal apenas foi possível graças ao extraordinário empenho solidário Europeu, porém, hoje o comportamento da Alemanha na crise do euro, em particular, em relação aos países do sul da Europa é manifestamente displicente e contrário aos princípios sobre os quais assenta o projecto de integração Europeia. Sem a aprovação alemã e sem solidariedade europeia, não se pode regular os imprevisíveis mercados financeiros e, assim, a integração europeia não poderá avançar.
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«A Comissão Europeia está a pressionar o Governo português a aplicar rapidamente as medidas de austeridade que constam do Orçamento do Estado para 2011, e quer que o défice orçamental português fique em 2011 ainda abaixo 4,6%.» af
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Mr. José Barroso, o homem que iria enaltecer as "nossas" qualidades lá fora, parece ter digerido com parcimónia o seu papel de pudlle da Chanceler Merkel. A Comissão Europeia parece empenhada em não sair do estado letárgico em que se encontra, apesar dos importantes desafios que enfrenta o projecto Europeu. Enquanto os pressupostos das politicas orçamentais não tiverem em conta a existência de realidades diferentes na zona Euro, os ideais e princípios genéticos da integração Europeia não serão interiorizados pelos cidadãos, o que conduzirá à inexorável desintegração da União Europeia.
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«António Borges considerou que «o problema do défice público é grave, mas é apenas a ponta do icebergue», apontando para «o endividamento gigante» do país e sublinhando que Portugal «tem uma dívida externa para pagar a curto prazo».» af

A mais recente aquisição do FMI aproveita o momento dificil que atravessa Portugal para se mostrar preparado para começar a mostrar serviço. Quem sabe senão será desta que finalmente se concretiza o seu fetiche, governar o país sem passar pelo crivo eleitoral!