Passos Coelho é aquilo que se pode chamar um homem de sorte, virou "estadista" fruto das circunstâncias! A sua antecessora no cargo encarregou-se de colocar o PSD em níveis pré-comatosos o que lhe facilitou a vida, em particular, no que diz respeito à expectativas quanto à sua prestação. Por outro lado, o ataque à nossa economia e a necessidade do Governo mostrar aos "mercados" que estaria disposto a tudo, inclusive à criação de um Bloco Central factual se a isso obrigasse, veio colocar o estreante Passos Coelho no centro do palco político. Oxalá não se deslumbre com a adrenalina dos holofotes que por vezes podem desnortear os mais incautos.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
O cego já apanhou, agora só faltam os outros
Agora que já mostramos aos "mercados"a nossa feroz determinação no combate à crise, apertando mais um pouco o pescoço aos mesmos palermas de sempre, talvez seja o momento de actualizar as taxas de IRC da Banca. Já ninguém acredita que o sector tenha desempenhado um papel determinante, ou sequer relevante, para a reactivação económica do país e das famílias, nem seria suposto que assim fosse, pois não estamos a falar propriamente de IPSS!
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Velhos-abutres-do-novo-mundo
Assistir ao desfile de sabichões que há muito, em surdina, ansiavam pelo dia em que o País mergulharia numa tragédia Grega, é simplesmente repugnante. Sobre tudo porque insistem na teoria de que as recentes alterações no rating da dívida pública são consequência das más politicas do governo, ignorando o facto de estar em curso uma ignóbil campanha especulativa por parte daqueles que, há bem pouco tempo, classificavam a Lehman Brother e a economia Islandesa com AAA.
Incompreensível é também a atitude da Alemanha que, sabendo que a ajuda à Grécia será uma inevitabilidade, opta por adiar o inadiável com consequências bastante mais perniciosas para a zona Euro. Dizem os “entendidos” que o próximo alvo será a Espanha. Ou muito me engano ou a resposta aos ataques especulativos será incomparavelmente mais acutilante e feroz do que aquela que Portugal tem dado.
Independentemente das medidas complementares que o governo possa tomar no combate ao deficit, não creio que as agências de rating e os mercados venham a alteras significativamente as classificações, pois tem ficado demonstrado que o seu funcionamento está longe de se pautar por critérios objectivos e isentos, longe disso!
Gostaria de ver alguns dos nossos brilhantes e notáveis economistas, dissertar sobre a recente actuação destas casas nas semanas que antecederam a crise financeira internacional, pois ao que parece há quem opte por lhes atribuir mais credibilidade que ao BCE e governos europeus!
terça-feira, 27 de abril de 2010
Ontem, hoje, amanhã e vice-versa
«O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência.Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido!» "As Farpas" de Eça de Queirós (1871)
Interrogo-me se não estaremos "condenados" a passar a nossa vida a tecer as mesmas críticas e considerações à semelhança de muitos outros que por cá passaram e cujo retrato de Portugal pouco ou nada mudou. Será que a nossa realidade não passa, afinal de contas, de uma falsa crença de que evoluímos, quando na realidade ficamos iguais ao que sempre fomos e ao que sempre seremos? No dia em que, com naturalidade, assumirmos aquilo que somos será mais fácil deixarmos de o ser sem nos dar-mos conta disso mesmo.
Interrogo-me se não estaremos "condenados" a passar a nossa vida a tecer as mesmas críticas e considerações à semelhança de muitos outros que por cá passaram e cujo retrato de Portugal pouco ou nada mudou. Será que a nossa realidade não passa, afinal de contas, de uma falsa crença de que evoluímos, quando na realidade ficamos iguais ao que sempre fomos e ao que sempre seremos? No dia em que, com naturalidade, assumirmos aquilo que somos será mais fácil deixarmos de o ser sem nos dar-mos conta disso mesmo.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Politicagem e os Politiqueiros
Impressiona a facilidade como este País mergulha numa espécie de espiral de demência promovida por uns quanto irresponsáveis que parecem ter conseguido enfiar-nos, goela abaixo, uma enxurrada de disparates sobre pretensos negócios que afinal nunca o chegaram a ser, e sobre uma eventual metira de um politico (pasme-se!)
O País está a braços com multiples reivindicações laborais, lideradas por Sindicatos que parecem ter o mesmo sentido de responsabilidade daqueles que dão o mote para o debate político, ignorando que vamos ficando cada dia mais Gregos.
Na nossa sociedade enferma de miopia crónica e complacente que nos tem impedido de identificar o que é verdadeiramente crucial e merecedor de mobilização colectiva para enfrentar as dificuldades e desafios que se colocam hoje que, seguramente, não serão aquelas que há muito ocupam as primeiras páginas dos jornais e as conversas de café.
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