Sócrates esteve francamente bem na entrevista, distendido, mas firme e determinado em acentuar aquilo que separa ambas visões sobre o País queremos. Não são apenas de diferenças de estilo, falamos sobretudo de concepções do que deve ser a sociedade, a família o estado e tudo o resto. Uma visão progressista ou conservadora, um Estado presente ou um Estado débil e progressivamente desmantelado, um País ambicioso ou envergonhado e deprimido? Estas são algumas das escolhas que todos teremos de fazer em breve. Reconheço que não tenho o dom que muitos se arrogam, o dom da objectividade imaculada, da imparcialidade e distancia, de ter uma visão despida de emoções e crenças, não, eu não consigo atingir esse patamar. Para mim, aderir a um dos lados é uma questão intrínseca, no desporto como na vida e, naturalmente, na política, é apenas uma consequência da permeabilidade àquilo que me rodeia. Afinal de contas um homem não é feito de causas?
4 comentários:
Era de facto mais simples e confortável que estas eleições se pudessemo pôr de maneira tão simplista.
É ver que nos últimos 4 anos quem andou a desmantelar o Estado, quem tornou Portugal um país mais pobre, deprimido e envergonhado foi justamente o PS!
Portanto, a única solução é ver mais longe do que falsa dicotomia do rotativismo. E não perder as causas fundamentais de vista.
É certo que o rotativismo é uma espécie de praga que corrói a maioria das democracias contemporâneas. Contudo, com as alternativas, fora desse arco, dificilmente sairia uma solução estável e duradoura. Acredito que aqueles que hoje apelam hoje à "verdadeira" alternativa, rapidamente se confundiriam com quem hoje tanto criticam.
Não percebo: "fora desse arco, dificilmente sairia uma solução estável e duradoura."
Mas Porquê???
É uma frase que tanta, tanta gente repete por aí (especialmente os "comentadores isentos"), mas que ninguém consegue, verdadeiramente fundamentar.
Muitas das causas defendidas pelos partidos ditos "alternativos" apesar de colherem bem na generalidade da população (sobre tudo pela denuncia) não teriam aplicação possível, simplesmente porque são utópicas e inexequíveis (algumas delas, infelizmente).
No caso do BE, a economia real seria trucidada com metade das medidas defendidas pelo partido. O PC acabaria em 6 meses com a Segurança Social por exemplo. Há partidos cuja génese é simplesmente ser contra-poder, que implodiriam inevitavelmente no poder.
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