quarta-feira, 22 de abril de 2009

Cada crise tem o seu carrasco

A já tão comentada entrevista no 1º Ministro correu tão bem para uns como mal para outros. Os comentários não se fizeram esperar e não se afastaram muito do seguinte registo:
FreePort
Foi dito que Sócrates victimizou-se porque voltou a dizer o que já havia dito relativamente ao caso FreePort. Se o 1º Ministro não se tivesse referido ao caso FreePort seguramente teria sido acusado de ter condicionado a entrevista no canal público, e que esse deveria ter sido justamente o tema central de todos os esclarecimentos.
Crise
Houve quem criticasse o facto de não terem sido anunciadas medidas que permitissem por cobro à crise financeira que o País atravessa. Relativamente à crise financeira, se Sócrates tivesse anunciado novas medidas económicas e sociais, não faltaria que o acusasse de ser irresponsável, populista, demagogo e eleitoralista.
Cavaco Silva
Sobre as declarações de Cavaco Silva, Sócrates teve particularmente acutilante na forma directa como pretendeu delimitar o espaço de manobra do Presidente relativamente ao combate político.
Dito isto, julgo que Sócrates esteve bem na entrevista, mostrou firmeza, segurança e determinação nas suas ideias e objectivos, apesar de se ter mostrado um pouco crispado com Judite Sousa que colocou algumas questões armadilhadas. Já o seu colega mostrou ao longo da entrevista um registo mais distante, profissional e equilibrado.

2 comentários:

Miguel Ferreira disse...

A meu ver, mais uma vez o PM safou-se numa entrevista, porque o caminho foi facilitado pelos jornalistas. Propositadamente ou por simples falta de jeito (mais depressa)... tanto faz... enfim...

Planetas - Bruno disse...

Caro Miguel, o papel de qualquer entrevistador é ingrato no caso em apreço, se são excessivamente agressivos são acusados de serem pouco objectivos e arrogantes. Se são equilibrados, é porque estão maniatados e complacentes com o 1º Ministro.
Nunca haverá entrevistador que agrade a gregos e trianos.
Abraço