Do cherne ao BCE: o desastre europeu
"Através do Beat the Press do norte-americano Dean Baker, um dos melhores blogues de economia que eu conheço, fiquei a saber que, em Bruxelas, o cherne lamentou o dólar fraco, que prejudica, e muito, a competitividade das exportações europeias, ao mesmo tempo que manifestou o seu apoio à irresponsável subida das taxas de juro efectuada pelo BCE. Acentua-se assim o diferencial das taxas de juro dos dois Atlântico. É evidente que isto só vai contribuir para a fraqueza, até agora bem controlada, do dólar. Os norte-americanos agradecem que seja a Europa a suportar os fardos da correcção dos seus desequilíbrios externos. Dean Baker expõe certeiramente a lógica que subjaz à decisão do BCE: a subida das taxas de juro «combate a inflação diminuindo o crescimento nas economias europeias, aumentando o número de desempregados e reduzindo o poder reivindicativo dos trabalhadores». Já sabemos quem anda a pagar os custos do enviesamento deflacionário da política monetária do BCE. Depois ainda há quem tenha a lata de dizer que os problemas de desemprego na Europa se devem à «rigidez do mercado de trabalho». Como se defende neste excelente relatório, o BCE devia ter descido as suas taxas de juro em meio ponto percentual. Uma taxa de inflação moderada, e cujo agravamento é, em larga medida, importado, representa uma brincadeira de crianças ao pé dos riscos de um período prolongado de estagnação ou de recessão. A crise financeira parece estar longe de ter terminado. A especulação que a gerou combate-se com mais regulação, taxação e controlo de capitais. Sobre isto o BCE nada tem a dizer. O fundamentalismo de mercado em todo o seu esplendor. Até quando?"
Post da autoria de João Rodrigues sacado deste Blog
sei lá, digo eu:
Nada a acrescentar...
Sem comentários:
Enviar um comentário