O país enfrenta à semelhança do que sucede na Venezuela, uma politização excessiva personificada à volta do 1º Ministro, o que não é bom para a qualidade da nossa democracia. Mas não é menos verdade que a Comunicação Social muito tem contribuído para isso! Chegou o momento de debater os verdadeiros problemas que preocupam aqueles que não tem tempo de antena, nem colunas de opinião, e que enfrentam com sérias dificuldades os seus compromissos financeiros!
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Back to Basics
Contra factos, a narrativa
“O primeiro-ministro é mentiroso”. Esta asserção é o centro da narrativa sobre o envolvimento de Sócrates na tentativa de compra da Media Capital pela PT.
Em Junho, da primeira vez que foi confrontado na AR com a possibilidade de negócio, alegou desconhecimento. A narrativa, devidamente baseada em escutas descontextualizadas, sugere-nos que Sócrates mentiu aos deputados. Vozes da "política de verdade" têm, aliás, alegado o mesmo. Somos levados a acreditar na imagem de um primeiro-ministro mentiroso. Tudo vai nesse sentido. Tanto mais que Sócrates tem revelado uma preocupação inusitada com o que a comunicação social diz de si, o que se traduzirá automaticamente num impulso controleiro de facto. Conclusão: Sócrates não só saberia do negócio como seria autor moral da sua concretização. E se não tiver sido assim?
A pergunta é tão insólita que ninguém está disposto a colocá-la. A tendência é de tal modo claustrofóbica que se surgirem factos que contrariem a narrativa, ninguém quererá saber da força dos factos. Contra factos, o que conta é a narrativa, ardilosamente construída.
Depois de três meses fechado numa gaveta, contribuindo para o adensar das suspeitas, na sexta-feira passada foi tornado público o despacho de arquivamento do Procurador-Geral da República - que, ao contrário de nós que conhecemos apenas o que os media querem que conheçamos, contactou com a integralidade dos elementos processuais. O despacho não só é claro, como transcreve uma escuta censurada pelo SOL e que contradiz na raiz a tese do pasquim. Antes de mais, para Pinto Monteiro "não existe uma só menção de que (o primeiro-ministro) tenha proposto, sugerido ou apoiado qualquer plano de interferência na comunicação social. (...) Ao invés, há nas escutas notícia do descontentamento do primeiro-ministro, resultante de não terem falado com ele acerca da operação". E aqui chegamos à escuta de uma conversa entre Rui Pedro Soares e Paulo Penedos, cirurgicamente censurada pelo SOL: "devia ter tido a cautela de falar com o Sócrates... não falei e o gajo não quer o negócio. Era isto que eu temia. Acho que o Henrique não falou com ele, o Zeinal não com falou com ele... eh pá.. agora ele está todo fodido. Está todo fodido e com razão."
Sócrates não só desconhecia o negócio, como estava contra a sua realização. Fica assim provado o que é verdadeiramente pornográfico: a irrelevância deste facto perante o que aparentava ser uma boa história. Só assim se explica o carácter quase clandestino das revelações de sexta-feira. Ninguém duvida que a relação de Sócrates com os media criou um clima propício a esta narrativa, que há no enredo personagens muito pouco recomendáveis e muito por explicar, mas convinha que não se tomassem como bons, de modo tão crédulo, episódios que afinal não existiram.
“O primeiro-ministro é mentiroso”. Esta asserção é o centro da narrativa sobre o envolvimento de Sócrates na tentativa de compra da Media Capital pela PT.
Em Junho, da primeira vez que foi confrontado na AR com a possibilidade de negócio, alegou desconhecimento. A narrativa, devidamente baseada em escutas descontextualizadas, sugere-nos que Sócrates mentiu aos deputados. Vozes da "política de verdade" têm, aliás, alegado o mesmo. Somos levados a acreditar na imagem de um primeiro-ministro mentiroso. Tudo vai nesse sentido. Tanto mais que Sócrates tem revelado uma preocupação inusitada com o que a comunicação social diz de si, o que se traduzirá automaticamente num impulso controleiro de facto. Conclusão: Sócrates não só saberia do negócio como seria autor moral da sua concretização. E se não tiver sido assim?
A pergunta é tão insólita que ninguém está disposto a colocá-la. A tendência é de tal modo claustrofóbica que se surgirem factos que contrariem a narrativa, ninguém quererá saber da força dos factos. Contra factos, o que conta é a narrativa, ardilosamente construída.
Depois de três meses fechado numa gaveta, contribuindo para o adensar das suspeitas, na sexta-feira passada foi tornado público o despacho de arquivamento do Procurador-Geral da República - que, ao contrário de nós que conhecemos apenas o que os media querem que conheçamos, contactou com a integralidade dos elementos processuais. O despacho não só é claro, como transcreve uma escuta censurada pelo SOL e que contradiz na raiz a tese do pasquim. Antes de mais, para Pinto Monteiro "não existe uma só menção de que (o primeiro-ministro) tenha proposto, sugerido ou apoiado qualquer plano de interferência na comunicação social. (...) Ao invés, há nas escutas notícia do descontentamento do primeiro-ministro, resultante de não terem falado com ele acerca da operação". E aqui chegamos à escuta de uma conversa entre Rui Pedro Soares e Paulo Penedos, cirurgicamente censurada pelo SOL: "devia ter tido a cautela de falar com o Sócrates... não falei e o gajo não quer o negócio. Era isto que eu temia. Acho que o Henrique não falou com ele, o Zeinal não com falou com ele... eh pá.. agora ele está todo fodido. Está todo fodido e com razão."
Sócrates não só desconhecia o negócio, como estava contra a sua realização. Fica assim provado o que é verdadeiramente pornográfico: a irrelevância deste facto perante o que aparentava ser uma boa história. Só assim se explica o carácter quase clandestino das revelações de sexta-feira. Ninguém duvida que a relação de Sócrates com os media criou um clima propício a esta narrativa, que há no enredo personagens muito pouco recomendáveis e muito por explicar, mas convinha que não se tomassem como bons, de modo tão crédulo, episódios que afinal não existiram.
Pedro Adão e Silva, Professor universitário. aqui
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Disparate do día
«Felícia Cabrita acusou depois o Partido Socialista de estar a fazer um ataque àquele semanário»
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Vale Tudo
Alguém já se perguntou quais as consequências da publicação cirúrgica e faseada das escutas sobre os seus intervenientes?! O segredo da justiça serve hoje apenas para alimentar uns quantos Talibans que parasitam do relacionamento promiscuo entre a justiça e a comunicação judicial. Em abono da verdade e da própria credibilização quer dos meios de comunicação quer dos visados, deveriam as escutas ser publicadas na integra, sem manobras insidiosas e premeditadas por parte daqueles que não olham a meios para atingir os seus fins.
É curioso que o Sol, que também se posiciona como vitima da censura, venha violar de forma grosseira uma decisão judicial. A questão que hoje se deve colocar não é falta de liberdade de expressão mas sim de falta respeito pelos direitos mais elementares de uma sociedade democrática e civilizada na qual deve assentar qualquer estado de direito que se prese!
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
A perpetuação da linhagem
Ora aí está, na sequência da sua disparatada intervenção no PE, Paulo Rangel assume-se hoje como candidato a líder dum partido há muito em gestão. Bastaram umas arruadas e alguma notoriedade conquistada na última campanha, em grande parte devido às peculiares características da sua líder, para ter identificado uma oportunidade única e, muito provavelmente, irrepetível de lutar pela liderança do principal partido da oposição e provavelmente o próximo bastião do Poder. Apesar da sua “frescura” (política, entenda-se) Paulo Rangel servirá o partido e aqueles que hoje o lideram, pois acautela a continuidade dos que se resistem a abrir verdadeiramente o partido. Pedro Passos Coelho será apenas um projecto adiado para quem acreditava e desejava numa verdadeira renovação de rostos e ideologias dentro do PSD.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
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