É sabido que tanto Sócrates como Louça estão habituados a resistir às farpas um do outro, atendendo aos acessos debates travados no Parlamento. No entanto, existe um elemento novo que terá sido crucial no debate de ontem, Louça, provavelmente pela primeira vez, teve de defender um programa de governo do BE. Sócrates conseguiu habilmente expor as muitas fragilidades de um partido, que afinal de contas, se viu obrigado a sair da sua zona de conforto (partido de protesto e de causas) ao apresentar soluções verdadeiramente alternativas. Eis então que vimos uma prestação francamente aquém daquilo a que nos tem habituado Francisco Louça. Sócrates conseguiu demonstrar que o voto útil não é apenas uma questão de retórica oportunista é um facto insofismável e que o entendimento à esquerda com o BE não é, nem seria, tarefa fácil (ao contrário do CDS-PP). Sócrates conseguiu assim passar uma prova que se antevia particularmente difícil com mestria e habilidade, resta-lhe agora o confronto com Manuela Ferreira Leite, sendo que as expectativas à partida são perigosamente altas para José Sócrates e confortavelmente baixas para Manuela Ferreira Leite.
2 comentários:
Por muito que simpatizo com o BE, compreendo que nunca serão capazes de governar o país.
Intelectualmente as ideias por detrás do programa são louváveis no entanto.
Concordo como João,
O BE tem um papel muito, repito, muito importante no País, mas não passa por governar!
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