domingo, 28 de junho de 2009

(contra) Golpe de Estado nas Honduras I

Estas coisas da América Latina nem sempre são o que parecem, o que sucede nas Honduras não é outra coisa que um contra-golpe. O Tribunal Constitucional, o Congresso e as Forças Armadas consideraram ilegal a realização do referendo para a reeleição sem termo do Presidente. Como seria de esperar, Hugo Chavez ameaçou invadir as Honduras, afinal de contas, apenas lhe resta pugnar pela defesa da perpetuação no poder tal como sucedeu no seu caso, onde não houve o discernimento para travar a tragédia a tempo e horas. O facto do Presidente ter sido afastado do cargo de maneira tão pouco "ortodoxa" terá comprometido irremediavelmente a legitimidade de aqueles que se opuseram às pretensões do Presidente na defesa da institucionalidade democrática das Honduras. Sublinho o facto, de Chavez, o maior defensor da soberania das Nações e da não intervenção, ter ameaçado as Honduras com Guerra. Enfim, há coisas que infelizmente nunca mudam e a América Latina é uma delas!Aditamento:

Os deputados do Congresso de Honduras aprovaram por unanimidade a proclamação do Roberto Micheletti como Presidente interino.

4 comentários:

Anónimo disse...

Ah, compreendo porque tem um link para o livro "politik for dummies"...

Planetas - Bruno disse...

Gosto sempre de ajudar que necessita.

Miguel Madeira disse...

"do referendo para a reeleição sem termo do Presidente"

O referendo não era para "a reeleição sem termo".

O referendo (ou consulta) de Domingo era a perguntar se se devia fazer um referendo em Novembro sobre a eleição de uma Assembleia Constituinte (é um bocado estranho, um referendo para decidir sobre a realização de outro referendo, mas enfim...).

A oposição (e grande parte do próprio Partido Liberal) dizia que o objectivo final disso tudo era permitir a reeleição (e talvez tivessem razão), mas creio que o Presidente deposto não falou nada sobre isso.

www.espanolenserio.blogspot.com disse...

Lamentável o golpe de estado violando todas as regras constitucionais e democráticas. O presidente Zelaya, "eleito democráticamente pelo voto popular"
foi ultrajado assim como o povo que o votou. O congresso se reuniu apresentando uma bochornosa carta de renuncia com assinatura falsa do presidente. Nomearam a um lacaio
das velhas e rançosas elites hondurenhas para reinar sem voto e sem apoio popular e cercear mais uma vez a vontade e os direitos legítimos das maiorias. América Latina não pode permitir que uma vez mais suas regras democráticas sejam violadas. Fazem muito bem os presidentes em se reunir para apoiar o povo hondurenho. America latina caminha a passos firmes para um socialismo com identidade propria e não deve permitir nunca mais a usurpação cobarde do poder concedido pelo povo. Assino com nome e sobrenome. Denise Patti