Já muito foi dito sobre o caso Freeport, a verdade é que não consigo aderir ao coro daqueles que afirmam acreditar que a Justiça tem o seu próprio ritmo e que o facto de aparentemente nada ter sucedido nos últimos quatro anos é apenas uma triste coincidência para o Governo e particularmente oportuna para a oposição. Contudo, resumir o caso a uma tramóia ou cabala orquestrada pelo Ministério Público seria no mínimo redutor. É, então, caso para dizer, não há pachorra para ver os media, de quando em vez, a irem aos arquivos buscar peças antigas e servirem-nas como importantes e reveladoras noticias, quando não passam afinal de frenéticos tiros de pólvora seca...!!!
6 comentários:
Caro Bruno,
papagaios vão ser agora os muitos que vão levantar poeira como se isto fosse um caso menor (e vão propôr essa teoria da vitimização).
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1357323&idCanal=12
"Na edição de hoje, o "Sol" revela pela primeira vez que o ministro de Guterres referido numa conversa entre Charles Smith e um administrador do Freeport é José Sócrates. Nessa conversa, gravada pelo administrador com recurso a uma câmara oculta, Smith diz que gastou avultadas quantias em “pagamentos corruptos”, de acordo com o que ficou combinado numa reunião com Sócrates. Este vídeo fará parte do processo de investigação que corre no Reino Unido, onde estará igualmente um e-mail enviado para o Freeport a pedir uma recompensa pelo desbloqueamento do licenciamento."
Isto provavelmente é, como diz, tiros de pólvora seca. Culpe os media, sim... sobre o teor das suspeitas (ou a realidade de uma investigação com buscas já realizadas) nem uma palavra.
O primeiro ministro fixou a fasquia. Qualquer falha na argumentação por si apresentada na conferência de imprensa terá consequências. Aguardemos...
Caro Jorge,
O seu anseio sobre a possibilidade de dissertar sobre "suspeitas" do envolvimento de Sócrates num processo que parece ter despertado após 4 anos de hibernação, é interessante, mas infelizmente nem sequer o poderíamos fazer, uma vez que, nem sequer sabemos ao certo, de que é suspeito o homem, se de ter uma família com queda para o negócio ou se ter recebido uns descontos na Saccor do Freeport. Dito isto, enquanto os Media não forem um pouco mais assertivos, temo que teremos de aguardar.
Abraço
Antonio, temo que teremos de aguardar, o problema é que já o fazemos desde 2005, e pouco ou nada sucedeu..!
"Não há ilegalidades no licenciamento do Freeport de Alcochete: «Do ponto de vista do direito administrativo, não encontro nada que possa ser considerado ilegal, a menos que a partir de amanhã surjam dados novos que não conheço».
«O decreto-lei, que tem sido apontado como a grande causa de culpabilidade de José Sócrates, foi promulgado pelo Presidente da República Jorge Sampaio e referendado pelo primeiro-ministro Durão Barroso. Isto significa que a teoria de que o decreto-lei foi feito por causa de umas luvas não tem qualquer fundamento, a não ser que me venham provar que o Dr. Durão Barroso também recebeu luvas, bem como o Dr. Sampaio. Parece-me que estamos a cair num grande exagero».
Autor: Prof. Diogo Freitas do Amaral, especialista em direito administrativo.
Pois é mas o caso Freeport salta de dúvida para dúvida à medida que elas são esclarecidas!
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