quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A ciber-parolice

Capital-linkismo na blogosfera - Macroscopio
«(...)É assim (alguma) blogosfera, um retrato da sociedade de corte que falava o sociólogo Nobert Elias. Mas como é mais rápida, por causa dos circuitos integrados que a assistem e funcionalizam, ela torna-se ainda mais hipócrita do que a sociedade de carne e osso. Esta estória dos dardos é, salvo alguns casos, a mais pedante manifestação dessa hipocrisia institucionalizada. E com muita lata, diga-se. É uma espécie de Natal dos pobres virtuais a que alguns recorrem para elogiar e depois sentirem-se elogiados - na troca do correio - neste joguinho de vaidades cabotinas e república de citações perfeitamente idiotas. E os textos que fundamentam esses agradecimentos são ainda mais idiotas, parece até que os ditos cujos estão a receber um Nóbel e, como tal, fazem uns discursos verdadeiramente cafonas que não lembra o careca. Mas enfim, é o que temos.
No meio de toda esta ciber-parolice, que temo se institucionalize à moda antiga, há, de facto, links que se cruzam no risoma e reflectem propostas intelectuais interessantes, espelhando um verdadeiro debate de ideias - e nestes casos - é até mui saudável que esses links existam como se valorizem e multipliquem. E é neste contexto preciso que encontro legitimidade para os dardos, mas como grande parte deles ocorre fora deste contexto de "verdade e conhecimento" - é o egocentrismo que acaba por tomar conta das emoções que dão banho à vaidade de cada um - que assim vai engordando o seu umbigo saloio e modernaço(...)»

Não pretendo contraditar o texto, até porque não me sinto aludido por este, ainda assim, não posso deixar de notar alguma ferocidade no verbo contra pessoa incerta. Uma espécie de escarmento público daqueles que não logram alcançar um lugar ao sol no ciber-patamar da intelectualidade erudita e prosaica, sendo este reservado apenas a um punhado de iluminados que se colocam acima dos restantes 99%.
O que motiva alguém a criar um blog não é, nem se pretende que seja, um acto sujeito a profunda reflexão e analise, como se de uma tese de Mestrado se tratasse. Quer-se que seja apenas e só, um manifesto à liberdade de opinar, comunicar e sobretudo de expressar ideias sem o ónus do rigor e escrutínio da crítica literária.

2 comentários:

António de Almeida disse...

-Completamente de acordo caro Bruno.

Anónimo disse...

Caro Bruno
Eu tb não poderia estar + de acordo.Grato pela citação.O tempo é escasso e depois dos 40 mais ainda...Se tivesse duas cabeças e 4 mãos já teria respo. Mas hei-de responder, como me merecem, até pq os tenho na boa moeda. Força e bons posts. Já agora, aquilo do Miguel ST é mmo verdade ou é mais uma boca da reacção...
Macro.