O clima que vive a Grécia, e que ao que parece ter-se-á instalado de forma permanente nas ruas daquele país, é motivo de natural apreensão. A história parece repetir-se, uma vez mais a Grécia dita o futuro da sociedade moderna e do modelo social europeu, euro inclusive. Não poucas pessoas se apressam a sublinhar e acentuar as diferenças entre ”nós” e ”eles”, como se de um parente afastado leproso com fama de pilha galinhas se tratasse.
O que resulta deveras importante, e onde o nosso futuro se joga verdadeiramente, não é na idiossincrasia e na expressão que cada povo encontra para reagir à progressiva expropriação do seu modus vivendi, mas sim na incompreensível fórmula que tem sido insistentemente aplicada pela UE na Grécia, Irlanda e agora Portugal (outros se seguiram). Não deixa de ser sintomático o facto da última aprovação no parlamento do pacote de austeridade ter desencadeado reacções tão opostas. Jubilo na UE vs desespero na Grécia!
Bem sei que recorrer à analogia do doente peca por falta de originalidade, ainda assim, espelha bem a situação vivida naquele país. É hoje maioritariamente consensual que este antibiótico pode muito bem matar o paciente.
Enquanto isso, e quando apenas iniciamos o tratamento, não é compreensível que ainda tantos depositem tanta fé e esperança numa rápida melhoria…!
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